Na conversa: Shelina Janmohamed e Karine Santos
Modelando conexões significativas
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Coincidindo com o Dia Internacional da Mulher, a WPP reúne 16 mulheres e homens brilhantes de toda a sua rede global, em oito conversas sobre o setor, a igualdade e o impacto de nosso trabalho na sociedade em geral.
Shelina Janmohamed, Vice-Presidente de Marketing Islâmico da Ogilvy, e Karine Santos, Chefe de Estratégia da Wavemaker Lisboa, discutem a liderança pioneira do pensamento e a importância de modelar relacionamentos significativos com clientes, consumidores e comunidades.
Shelina Janmohamed: O que atraiu você para que viesse trabalhar no setor de comunicação?
Karine Santos: Foi por acaso que me deparei com as comunicações como um setor e imediatamente me fascinei. Para mim, a possibilidade de ajudar nossos clientes a construírem relacionamentos entre suas marcas e seus consumidores, e o processo por trás disso tudo é uma das coisas que mais amo. Tudo se resume à criação de conexões. Também adoro como nosso setor está tão conectado ao ritmo rápido da mudança que acontece em toda a sociedade.
E você, o que acha?
SJ: Eu tenho um trabalho bastante incomum. Minha área de especialização é pensar especificamente sobre o público muçulmano, algo que nenhuma outra agência faz. Como cheguei aqui foi algo incrivelmente fora do convencional. Na verdade, comecei no marketing do consumidor, trabalhando com tecnologia e produtos. Então dei um salto em minha carreira, que me fez publicar um livro e me tornar colunista de um jornal. De lá, dei outro salto para a publicidade, onde comecei a pensar sobre como falamos com o público e o que podemos fazer para estarmos prontos para um mundo em mudança. Nunca trabalhei em uma agência normal, mas isso é ótimo, pois às vezes há coisas que vejo que outras pessoas não veem.
Vejo a criação de conexões como uma grande parte do que fazemos em nosso setor. Nossos estreitos laços com nossos clientes significam que eles nos veem como consultores e parceiros confiáveis, em vez de meros fornecedores
Na verdade, não acho que tenha sido um grande salto para um mercado em que a essência é preencher uma lacuna ou uma necessidade de um público. Neste caso em particular, é um público que ninguém percebeu que quer que as pessoas se envolvam com ele. É emocionante ter uma ideia e, em seguida, ter um ambiente no qual você possa falar com as pessoas de uma forma realmente autêntica, honesta e representativa. Finalmente, o mundo finalmente compreendeu o trabalho que estamos fazendo na Ogilvy. E estar em uma posição onde somos o líder de pensamento neste espaço, e poder trabalhar com os maiores clientes do mundo para ver esses insights traduzidos em campanhas do mundo real... quer coisa mais emocionante do que isso?
KS: É interessante ouvir sobre sua carreira, que é bem diferente da minha. Sempre trabalhei na mídia. Comecei como assistente há cerca de 26 anos na equipe de planejamento e compra de mídia, e de lá progredi. A diversidade de experiências e históricos é definitivamente uma das coisas que torna nosso mercado tão interessante. Há alguns meses, apresentamos aqui em Lisboa o "Walk the Talk". Foi realmente inspirador. Adorei conhecer mulheres de agências WPP de todo o mundo e ouvir suas experiências. Foi fascinante ouvir que, apesar de trabalharmos em diferentes setores e sermos de diferentes geografias, temos desafios semelhantes.
Há alguma iniciativa ou campanha que você lançou da qual você se sente particularmente orgulhosa?
SJ: Muitas! Uma delas foi quando publicamos o primeiro estudo de consumo sobre como os consumidores muçulmanos no Reino Unido pensavam a respeito de finanças. Poder pela primeira vez explorar o que as pessoas estão pensando e como todo um setor pode se comunicar com elas, esse tipo de trabalho inovador representa bem o motivo de estarmos no mercado publicitário. Estamos aqui para tentar descobrir o que as pessoas fazem, o que pensam e como podemos nos conectar com elas.
KS: Eu vejo a criação de conexões como uma grande parte do que fazemos em nosso setor. Nossos estreitos laços com nossos clientes significam que eles nos veem como consultores e parceiros confiáveis, em vez de meros fornecedores.
E estar em uma posição onde somos o líder de pensamento neste espaço, e poder trabalhar com os maiores clientes do mundo para ver esses insights traduzidos em campanhas do mundo real... quer coisa mais emocionante do que isso?
Para mim, poder, com o avanço do big data, construir conexões ainda mais fortes e significativas com os consumidores em nome de nossos clientes é o que me faz sentir mais animada no momento. Com o que você está mais animada?
SJ: Uma das coisas mais emocionantes que aconteceu em nosso mercado, mas também no qual temos um longo caminho a percorrer, é que estamos tentando desafiar os estereótipos em frente às nossas câmeras. Sabemos que um modelo não serve para todos; que precisamos comunicar de uma forma com mais diversidade. Precisamos parar de pensar em mães como anjos brilhantes e trocadoras de fraldas e pais como caras que não sabem limpar, desesperados na cozinha. Estamos avançando e pensando na diversidade que temos, o que é algo fascinante.
Como resultado disso, também estamos pensando em ter os talentos certos por trás das câmeras. Desde as pessoas comissionando o trabalho, nossos clientes pensando em como ter uma abordagem mais diferenciada sobre o mundo, passando pela estratégia de produção, pelos planejadores e pela criatividade. Todo o espaço precisa ser muito mais texturizado e ter uma representação muito melhor das vozes, para que possamos de fato começar a entregar o tipo de nuance e o tipo de personalização em que estamos pensando.
O Dia Internacional da Mulher é importante porque...
KS: …é uma celebração de nossa resiliência e de nossos esforços contínuos para termos igualdade de voz.
SJ: …é uma chance de termos um carro-chefe sobre como queremos que os outros 364 dias do ano sejam.
Leia mais em nossa série de conversas #EachforEqual
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