Na conversa: Luciana Rodrigues e Cristina Risso
A diversidade de perspectivas e o mundo sem fronteiras como motores do crescimento
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Coincidindo com o Dia Internacional da Mulher, a WPP reúne 16 mulheres e homens brilhantes de toda a sua rede global, em oito conversas sobre o mercado, a igualdade e o impacto de nosso trabalho na sociedade em geral.
A CEO da Grey no Brasil, Luciana Rodrigues, e A Business Development Director da Bookmark em Lima, Peru, Cristina Risso, discutem a importância da conexão humana com a tecnologia e seu papel na viabilização de ideias e de uma maior colaboração.
Cristina Risso: Como você descreveria o atual cenário criativo e/ou tecnológico na América Latina?
Luciana Rodrigues: Houve uma grande mudança desencadeada pelo surgimento de empresas de tecnologia que são lidam menos com conteúdo e mais com dados que informam conteúdo. Para mim, a maior mudança é como usamos o conhecimento tecnológico para ajudar a informar nossas ideias.
No ano passado participei da SXSW, e após 10 dias absorvendo muita informação, escrevi um artigo para a Forbes com o título 'Human Connection'. Mesmo na SXSW, onde tudo está focado em tecnologia e dados, no fim das contas tudo se resume a como os seres humanos interagem com ela.
A tecnologia pode nos permitir fazer um trabalho melhor em termos de criatividade, em termos de conteúdo, até mesmo em termos de criação de produtos. Acredito que a publicidade não deve somente começar a criar conteúdo, mas também abranger tudo, desde ideias a produtos e a experiências. E a GTB Brasil é, na realidade, um ótimo exemplo disso, tendo criado o tapete de acessibilidade para motoristas com deficiência.
CR: Com certeza. A tecnologia está permitindo que a Bookmark, como uma empresa com diversos escritórios pelo mundo, trabalhe com muito mais proximidade. Podemos compartilhar as melhores práticas e aprender cada vez mais uns com os outros, o que definitivamente está nos ajudando a evoluir mais rápido localmente.
Aprender com outros países, outras culturas e outros mercados é essencial para continuarmos crescendo
A esse respeito, você acha que a tecnologia está nos permitindo ter uma maior conexão com as pessoas - sejam elas clientes, consumidores ou comunidades maiores?
LR: Com certeza. Com mais informações, sabemos mais sobre o que motiva e move as pessoas.
O que fazemos não é apenas construir ou vender produtos de marca, é ajudar as pessoas a terem uma vida melhor e ajudar as pessoas a encontrar os serviços de que precisam. Às vezes é só para entreter as pessoas. Simples como parece, em primeiro lugar e acima de tudo precisamos entender “como”, e depois "onde”.
De maneira mais ampla, sinto que uma das melhores coisas sobre o surgimento dos dados é conhecer como diferentes culturas funcionam e a ideia de um mundo sem fronteiras. Precisamos aprender com outras culturas. Não podemos nos ater ao que sabemos e dizer: "no Brasil trabalhamos desse jeito".
A tecnologia pode nos permitir fazer um trabalho melhor em termos de criatividade, em termos de conteúdo, até mesmo em termos de criação de produtos. Acredito que a publicidade não deve somente começar a criar conteúdo, mas também abranger tudo, desde ideias a produtos e a experiências
Há um ditado que amo: "Todos querem inovar, mas ninguém quer mudar." Penso que o mundo cada vez mais sem fronteiras possibilitará, assim esperamos, a mudança e o crescimento. Aprender com outros países, outras culturas e outros mercados é essencial para continuarmos crescendo. Trabalhei com publicidade por 18 anos e depois me mudei para a Time Warner e passei cinco anos trabalhando na TV. Depois trabalhei no Buzzfeed. Sinto que tenho uma mentalidade diferente e uma experiência diferente; a diversidade de experiências é muito valiosa em nosso setor.
O Dia Internacional da Mulher é importante porque...
CR: … impulsiona a visibilidade. É importante tornar visível a desigualdade que historicamente sempre existiu. Esses tipos de iniciativas nos ajudam, como sociedade, a entender e aprender com esses erros.
LR: É verdade, mas ao mesmo tempo é algo que continuamos precisando para continuarmos em atividade.
Leia mais em nossa série de conversas #EachforEqual
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